quarta-feira, dezembro 06, 2006

O Grande Anônimo

A crônica de hoje será em homenagem a uma pessoa de grande versatilidade. Não se sabe, na verdade, se esta pessoa é ele ou ela. Este caráter de androginia se faz presente através da inconstância e diversidade de sua produção artística material. Também é difícil identificar o tempo em que ele(a) viveu. Algumas de suas obras, como El cantar Del Mio Cid, datam da literatura época medieval. Outras já foram produzidas no final do Século XX. Esta figura deve ser bem idosa. Algumas de suas obras são do tempo antigo. Foi ele quem arquitetou muitas pirâmides egípcias. Histórias infantis conhecidas, como João e Maria, Soldadinho de Chumbo e Dona Baratinha, também foram escritas por esta pessoa de respeitosa dinâmica artística. Além de muitas músicas populares famosas. Os melhores exemplos seriam as canções Atirei o Pau no Gato e Sabão Crá-Crá. Pergunto-me como tanto talento pode habitar apenas uma pessoa, que escreve em várias línguas e produz verdadeiros clássicos, presentes no folclore de muitos países. Sua obra abrange desde a literatura de cordel até clássicos de ópera italianos. O leitor deve estar curioso, querendo saber quem é este produtor e amante da arte. Eu digo, claro. Estou aqui para isso De quem poderia eu estar falando senão do grande Anônimo. Sim, este é o seu nome. Anônimo de Sconhecido. Sua biografia é controversa, devido às poucas fontes de pesquisa existentes. Mas algumas coisas podem ser relatadas aqui. Nada se sabe sobre o ano de seu nascimento e há suspeitas de que Anônimo ainda vive, tento hoje por volta de seis mil anos, anonimamente no Brasil, na cidade de Pindamonhangaba. Suas primeiras obras foram produzidas ainda na infância. Algumas pirâmides no Egito, esculturas e templos gregos e os templos do Vale dos Reis. Anônimo tinha duas irmãs. A mais velha se chamava Ciclana de Sconhecido Góes. Eles não se davam, brigavam muito por causa de uma escultura quebrada. Em outra oportunidade eu conto como tudo aconteceu. Ciclana foi assassinada ainda jovem, no auge dos seus trezentos anos. Anônimo foi acusado como principal suspeito. Porém, uma denúncia, feita no anonimato, revelou que Beltrano Góes, marido de Ciclana, foi o autor de tão sórdido crime. O motivo que levou Beltrano a executar sua esposa é até hoje desconhecido. A irmã mais nova de Anônimo era uma bela jovem, muito cobiçada nos arredores do vilarejo em que viviam. Era uma moça fornida de curvas e suas coxas, de carnes firmes, causavam um enorme rebuliço na ala masculina. Mas ela era lésbica. Não há certeza sobre seu nome, mas algumas escavações arqueológicas dizem, com muita plausibilidade, que a bela moça tinha por alcunha Maricota Fulana de Sconhecido. Pouco se sabe sobre Maricota. Existem alguns trabalhos acadêmicos que defendem a tese de que ela morreu triste, abalada por uma profunda depressão, fruto de seu amor por uma mulher madura, de quem nada se sabe. Anônimo teve uma infância feliz. Era criativo para sua idade. Pintava, cantava, dançava, escrevia, fazia esculturas, criava cidades imaginárias e fazia a planta destas no papel. Há indícios de que foi o primeiro a utilizar a planta do papiro e fazer o papel no Egito. Apesar de possuir tantas habilidades, uma delas fez com que fosse desprezado por aqueles que o rodeavam. Anônimo era um grande dedo-duro. Denunciava tudo àquilo que via de errado, e continua fazendo isso até hoje. As denúncias feitas no programa global Linha Direta são feitas, em sua maioria, anonimamente. Dotado de um grande senso de justiça, Anônimo não fica calado diante de uma iniqüidade. Faz ligações, anônimas obviamente, e sente uma espécie de prazer, quase que sexual, diante de um bom resultado de seu nobre feito. Como poucas são as fontes históricas, que nos ajudam num conhecimento mais amplo da vida deste artista ímpar, único, poucas são também as informações que tento tratar aqui, para homenagear este que é um artista nato e austero. Talvez, numa próxima crônica, faço alguma homenagem a outro personagem, que como anônimo, tem uma peculiaridade individual. Falo de Otávio, que é o indivíduo que mais bebe água nesse mundo. Não entendo o motivo, preciso de muita pesquisa. Porém é de se achar suspeito que, em toda garrafa de água mineral, esteja escrito: água "potável".

Um comentário:

Luana disse...

hehe, o finalzinho, sobre o Otávio, lembrou as piadas do meu pai...